Uma espécie de sapo menor que seu dedo do pé!

27/02/2013 11:25

 

Pequeno habitante do Pará

 

Conheça uma espécie de sapo que é menor que o dedo do seu pé!

 
NOTÍCIAS - 25-02-2013 IMPRIMIR PDF

 

Sapo da espécie P. canga sobre canga, um tipo de rocha rica em ferro (Foto: Selvino Neckel)

 

Dê uma olhada nos seus dedinhos do pé. Você sabia que existe um sapo que é menor do que eles? Seu nome científico é Pseudopaludicola canga e ele é um dos menores anfíbios do Brasil. As fêmeas da espécie medem quase de 18 milímetros e os machos, quase 16 milímetros.

Apesar de pequeno, esse sapinho é bastante resistente. Ele vive na Serra dos Carajás, no estado do Pará, em áreas onde há grande concentração de minério de ferro. Nesse tipo de ambiente, há pouca água e as temperaturas costumam passar dos 30 graus. Por isso, o P. canga só consegue namorar e se reproduzir quando chove, seja de dia ou à noite.

 

O macho da espécie P. canga coaxa para atrair fêmeas. Ele aproveita os períodos de chuva para se reproduzir (Foto: Selvino Neckel)

 

Há três anos, a espécie estava na lista de animais ameaçados de extinção, mas algum tempo atrás pesquisadores descobriram que existem muito mais desses sapos do que se pensava. “Hoje estamos mais tranquilos em relação à sua conservação”, afirma o biólogo Selvino Neckel de Oliveira, da Universidade Federal de Santa Catarina, que estuda a espécie.

Mesmo assim, o pesquisador diz que é importante trabalhar para conservar seu hábitat. “Não é porque é um sapo ou uma formiga que o bicho não pode viver em sua própria casa. Mesmo que não tenha uma utilidade direta para o homem, como a vaca, que dá leite, toda espécie deve sobreviver na natureza”, defende.

 

Casal de P. canga durante acasalamento. Espécie de anfíbio é uma das menores já catalogadas no Brasil (Foto: M. Wachelvski)

 

Na cadeia alimentar, o P. canga é predador de insetos e serve de alimento a serpentes, aves e alguns mamíferos. Assim, evita a superpopulação de outras espécies e ajuda a garantir o equilíbrio da biodiversidade local.

 
Marina Sequinel, Especial para a CHC Online / PR